Festival de Cinema Brasileiro de Luxemburgo
A convite da organizadora e querida amiga Pieca Levy, entre os dias 12 e 15 de novembro estivemos presentes ao Festival de Cinema Brasileiro de Luxemburgo. A cada ano uma nova e boa surpresa,pela qualidade dos filmes apresentados e pela escolha da equipe de curadoria coordenada por Alex Levy, que nos oferece alguns dos melhores títulos da vasta produção cinematográfica brasileira, dos anos anteriores ao festival .
Esse ano, tivemos associado a tudo isso o prazer de ter além do cinema, o nosso maior prazer – a literatura brasileira – de onde vieram alguns dos filmes que assistimos e da nossa participação nos debates sobre eles.
Entre eles, gostaríamos de citar o filme “O outro lado do paraíso”, do diretor André Ristum, inspirado no livro homônimo de Luís Fernando Emediato para jovens e que faz parte do livro para adultos, reeditado em 2014 da coletânea de várias de suas obras, e que se chama “Trevas no Paraíso” – histórias de amor e guerra nos anos de chumbo.
O Livro que inspirou o filme, é autobiográfico e conta a história de Fernando, um menino mineiro do interior que mudou para Brasília, com a família, durante a construção da capital do Brasil, pelo sonho de seu pai na busca de encontrar o paraíso, a cidade ideal de “Evilath”.
No filme, de André Ristum, esse sonho acabou se transformando num pesadelo na vida de todos após o golpe militar de 1964. Mas durante esse percurso, muita história de um Brasil recente, muito da visão poética dos brasileiros que acreditaram num Brasil melhor e, muita desilusão e dor ceifada pela implantação da ditadura. Recheado de cenas lindas, que nos mostra a importância da educação, dos livros, dos projetos de leitura e da existência de bibliotecas que mudaram a vida dessa criança.
Isso, nos leva a acreditar sempre que a presença da literatura, é um dos maiores dons que um povo pode receber, que os sonhos devem sempre ser perseguidos e que, com mais educação e cultura podemos um dia quem sabe ter o sonho desse país realizado, o de se livrar de vez, da opressão e da ignorância que o submerge nesse mar de lama.
Esse filme, deveria ser de exibição obrigatória na escolas, bibliotecas e feiras de literatura de todo o país reforçando assim, o Movimento por um Brasil Literário do qual temos um enorme prazer de pertencer.
Aguardem, ele estará em cartaz no Brasil em março de 2016… E, que ganhe muitos prêmios pelo caminho!