Edilaine Bomfim

 

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“A vida tem sons que pra gente ouvir, Precisa aprender a começar de novo. É como tocar o mesmo violão,E nele compor uma nova canção” ( Trecho da música “Começo, meio e fim” do grupo brasileiro Roupa Nova) Em 2005, quando eu encontrei um belga que se tornaria o homem da minha vida, estava acomodada numa vida do tipo ‘perfeitinha’ para a maioria das pessoas que me conhecia: emprego perfeito, apartamento pago, vida social e cultural em São Paulo a todo vapor, entretanto divorciada e decidida a passar um longo tempo sozinha! De origem italo-brasileira eu tive a vantagem de começar estudar francês aos 13 anos de idade e em 1990 com 20 aninhos, passei 14 meses na França para estudar: No começo eu deveria ficar só 3 meses , mas eu aproveitei para visitar varios países da europa pela primeira vez. Nesta época, fiz varios “jobs” de estudante como Baby sitter, au pair, garçonete de creperia numa estação de esqui… enfim ganhava um dinheirinho e ia de uma cidade a outra descobrindo pessoas, lugares e o mundo; melhorei muito meu francês e aprendi outras linguas também. Voltei ao Brasil e comecei minha carreira em multinacionais francesas como assistente de comunicação e também como professora de francês. E foi por falar francês que o encontro com o principe encantado foi facilitado: “onde vc aprendeu a falar francês assim?” disse o principe: e dai pra frente foram alguns meses de muita conversa pela internet por horas, muitas horas … Idas e voltas de avião vieram, e na sequência uma decisão tinha que ser tomada… afinal pra onde ia esse relacionamento? Como ele tinha filhos e eu só tinha bens que podia muito bem vender, além do que eu ja possuia a nacionalidade européia e não precisavamos atraversar o mar da burocracia belga, então fui eu que dei o passo final. Largar tudo: emprego, familia, amigos, status social e profissional e começar tudo de novo, em nome de um amor verdadeiro e puro, que começou baseado na conversa e na cumplicidade e vem sendo assim até hoje. Quase 7 anos depois me dou conta que a lição que se pode tirar disso é que é possivel vencer as barreiras do orgulho e que humildade não mata, ao contrário fortalece! Hoje quando vou de férias ao Brasil e alguém que não me conhece pergunta onde eu moro, e quando eu respondo “Na Bélgica” e vem aquela famosa réplica: “Que chic!” Eu penso comigo: “Chic????? !!!!!!!”. Não ! Não tem nada de chic nem de glamoroso viver na Europa. A vida é dura e complicada como em qualquer lugar do mundo. É preciso aprender tudo de novo para se integrar, é preciso destruir todos os “pré-conceitos”, as idéias fixas, os automatismos e construir a cada dia um espaço novo para se viver. Confesso que meu “espaço” ainda não está completo por aqui: Só agora que pude começar a criar uma empresa, um trabalho novo, diferente e que vem completando a lacuna do vazio profissional que eu sentia desde que me mudei para cá. Quanto ao tempo frio e a frieza do povo belga, encontrei o cobertor necessário, infalível: meu amor, meu grande amor Luc…

 

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